VEREADORES BOICOTAM SESSÃO E TRAVAM PROJETO DO NORDESTÃO: BIRRA POLÍTICA OU RECADO AO PREFEITO?

 


Na última quarta-feira (17), véspera do recesso parlamentar, Açailândia viveu mais um daqueles episódios dignos de bastidores da política: 10 vereadores simplesmente sumiram da sessão que votaria o projeto de liberação de recursos municipais para o “Nordestão” — uma das maiores festas juninas do país, este ano com sede no próprio município.

O prefeito Dr. Benjamim havia enviado o projeto para garantir apoio financeiro ao evento, aumentando a participação de grupos de quadrilha e fortalecendo a imagem cultural de Açailândia no Maranhão. Mas, com a fuga coletiva, o projeto de auxilio empacou.

Compareceram apenas os vereadores César Costa, Fany Mania, Filiberg Melo, Erivelto Trindade, Dr. Tiago Ferreira, Dr. Adjackson e Aristeu Gomes. Sem o quórum necessário, a pauta ficou travada.

E aí veio o detalhe mais curioso: segundo apurado, os vereadores ausentes apareceram cerca de 40 minutos após o encerramento da sessão. Coincidência? Tá bom…

Desculpas esfarrapadas e raio que cai 10 vezes no mesmo lugar

A desculpa oficial? Aquelas de sempre: pneu furado, carro quebrado, agendas “inadiáveis”, atrasos e até ligação de urgência. Só faltou dizer que a mula empacou. O problema é que o “raio” caiu 10 vezes no mesmo lugar — e justamente no dia da votação de um projeto de grande impacto cultural e econômico para a cidade.

Se fosse piada, a gente até ria. Mas é só mais um capítulo da comédia política local.

Bastidores fervem: insatisfação com o prefeito seria o real motivo

Nos bastidores, o papo é outro: a ausência em massa foi um recado direto ao prefeito Dr. Benjamim. O motivo? Nomeações feitas sem diálogo com a Câmara, incluindo ex-vereadores e ex-candidatos de 2024 em cargos estratégicos do governo.

Tem também o ranço acumulado por outra prática: o Executivo estaria tocando obras e serviços sem repassar informações prévias aos parlamentares. No modelo antigo, os secretários avisavam os vereadores, que então protocolavam requerimentos só pra “simular” cobrança. No novo governo, essa encenação caiu por terra. E isso feriu ego de muito edil que gosta de aplauso fácil.

O resultado? Parte dos vereadores se sente desprestigiado, escanteado, sem holofote.

Há quem diga que o lamento já chegou até o gabinete do prefeito. Oficialmente, ninguém confirma nada. Mas quando 10 somem no mesmo dia e voltam logo depois que a sessão acaba... não precisa ser vidente pra sacar o jogo.

E no final, quem perdeu? Açailândia!

O projeto do Nordestão não foi analisado, a cidade perdeu a chance de investir, na vinda de grupos de quadrilhas de outros estados do Nordeste. O objetivo era claro: fortalecer o evento como um verdadeiro polo cultural nordestino, colocando Açailândia em destaque no calendário junino nacional.

Sem essa grana, o evento segue sem grupos de quadrilha de peso de outros estados da região nordeste, e a cidade deixa de colher os frutos da visibilidade, do turismo e da movimentação econômica que essa presença de fora geraria.

Tudo isso por causa de birra política, mágoa de nomeação e vaidade ferida. Os vereadores que sumiram da sessão sabiam o peso da pauta. E mesmo assim escolheram a picuinha em vez do povo.

Abre o olho, Açailândia. Quem foge da votação hoje, foge da cobrança amanhã.


E aqui, a gente segue descendo o verbo. Porque omissão a gente não passa pano. A gente expõe.

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